Uma constelação em pleno voo

Musical lembra os 60 anos da viagem inicial da rota Rio de Janeiro – Nova Iorque, criada pela extinta Varig e a bordo do Constellation, avião que marcou história na aviação

O Constellation da Varig fez história nos céus.

O Constellation da Varig fez história nos céus.

 Freddy Charlson

Ao som de Only You, Blue Moon e Stand by Me, entre outras canções, o musical Constellation – espetáculo de Cláudio Magnavita e com a ex-paquita Andréa Veiga à frente –, faz temporada no Teatro Promon, em São Paulo. Romântico e frugal, ele conta a história do voo inaugural da Varig na rota que ligava a Cidade Maravilhosa à Big Apple, levando os brasileiros bem nascidos a conhecer as delícias culturais e de consumo dos Estados Unidos, a bordo do Super Constellation G, construído pela Lockheed.

Um avião, que, há seis décadas – mais precisamente em 2 de agosto de 1955 –, partia, rumo a Nova Iorque – a cidade que, desde aquela época, nunca dormia. Dezenas de passageiros pagaram a bagatela de 350 dólares (em valores atualizados, três mil dólares, ou aproximadamente 10 mil reais) para visitar a Estátua da Liberdade e dar uma pinta na Times Square. E mais: para viajar a bordo de um dos aviões que melhor representou os anos dourados da aviação comercial.

03.08.2015 - FOTOS - MATÉRIA DO BLOG - CONSTELLATION 5A Varig acabara de adquirir três exemplares do modelo – Lockheed L-1049E Super Constellation – que, chegaram entre maio e junho de 1955, pouco depois de a companhia adquirir o direito de explorar uma linha para a cidade dos musicais. Os voos para o principal destino dos Estados Unidos (I´m sorry, Washington!) tinham base no Aeroporto de Congonhas (SP), e lá embarcavam a galera no Aeroporto do Galeão (RJ) e faziam escalas em Belém (PA), Trinidad e Tobago (Port of Spain) e República Dominicana (Ciudad Trujillo, atual Santo Domingo). Só depois chegavam ao Aeroporto de Idlewild, atual JFK, após 24h de aventuras pelos céus e terras da América Latina.

É, amigo, os passageiros viviam um drama! Mas, calma, nem tanto. Afinal, antes do Constellation, os voos para a América do Norte duravam tipo 72h. E, para chegar rápido, nem fazia diferença se a aeronave não era, digamos, nada bonita. Na verdade, ela parecia um golfinho, tinha um característico bico achatado e não possuía radar. Nos voos (com partida às quartas e sábados e chegadas às quintas e domingos) para NYC (que tal abreviar, fellows?), a Varig oferecia um conforto e serviço de bordo jamais igualados depois, em qualquer tempo. E concorria, sem deixar a desejar, com a norte-americana Pan American Airways, na rota Rio-NYC.

03.08.2015 - FOTOS - MATÉRIA DO BLOG - CONSTELLATION 2

Anos dourados

Para isso, a companhia aérea brasileira reservava meros 15 lugares à classe turística, na parte frontal, com cinco fileiras de três poltronas, cada, sendo três do lado direito e dois do lado esquerdo. Atrás, havia dois lavatórios. Na sequência, 28 assentos em 4 fileiras. O luxo era completado com uma sala de estar, com assentos giratórios, e dez assentos de primeira classe. Por fim, havia uma única poltrona, individual, do lado esquerdo, num total de 54 passageiros, com o voo lotado. Ou seja, gasolina cara somada a poucos assentos e a atendimento de alto nível é igual a preço da passagem nas alturas. Era mesmo só para quem podia.

Por falar em ir, a Lockheed construiu o total de 856 aviões Constellation. O primeiro, em 9 de janeiro de 1943. Ele era, por exemplo, a aeronave do todo poderoso presidente dos Estados Unidos Dwight D. Eisenhower. O “golfinho” foi, também, o primeiro avião de cabine pressurizada e ajudou a popularizar as viagens aéreas. Cumpriu bem seu papel até a chegada dos potentes aviões a jato, como o Boeing 707, o Havilland Comet, o Douglas DC-8 e o Convair 880. Mas, ele foi perdendo moral e teve seu último voo comercial com passageiros pagantes feito em 11 de maio de 1967, entre Filadélfia e Kansas City, ambas nos Estados Unidos. Depois, até 1968, funcionou como cargueiro até morar em “cemitérios de aviões”.

03.08.2015 - FOTOS - MATÉRIA DO BLOG - CONSTELLATION 3 Comissárias

Outra coisinha bacana derivada dos Constellations é que, a partir dele, a Varig teve que ser ainda mais “gente grande”. Os treinamentos com pilotos, comissários e mecânicos alcançaram outro patamar. Eles foram obrigados a aprender inglês, por exemplo. E, nessa toada, chegaram as primeiras comissárias. A explicação para elas assumirem um trabalho anteriormente feito apenas por homens foi que, na época, os aviões tinham camas. E, na boa, não era legal mulheres ou crianças serem atendidos por marmanjos. As mulheres, então, chegaram, viram, fizeram seu trabalho e venceram. Hoje, são fundamentais no negócio. Oremos.

Um negócio que para o Constellation durou pouco. Em meados dos anos 1960, a Varig foi retirando, aos poucos, o avião da linha, que já era operada a partir de Buenos Aires, Montevidéu e Porto Alegre, com três viagens semanais. Assim, em 29 de janeiro de 1962 – seis anos após sua estreia – partiu o último voo de passageiros do Constellation para a Grande Maçã. Depois, os bichões foram estacionados em Porto Alegre e Congonhas para descansar em paz. Uma paz que, graças ao musical Constellation, acabou agora. O espetáculo fez temporada no Rio de Janeiro e seguiu para São Paulo. Não por acaso, as cidades aonde tudo começou.

As muitas lendas do Triângulo das Bermudas

Região localizada no Caribe é famosa mundialmente por ser palco de desaparecimentos, também, de aviões, e ainda hoje espanta pilotos e passageiros; sim, não é só barco que some ali…

Indústria do cinema já aproveitou o tema algumas vezes

Freddy Charlson

E tudo começou com Cristóvão Colombo…

Sim, lá nos idos de outubro de 1492, quando o navegador português (opa! Há controvérsias) aproximava-se da América, eis que ele, de repente, percebeu que sua bússola fazia umas leituras estranhas e coisa e tal, levando a frota a quase errar o caminho. Sim, Colombo ainda não sabia, mas navegava no Triângulo das Bermudas, também conhecido como Triângulo do Diabo… um local que, naquele momento – quando nem o próprio continente em que ele se encontra havia sido descoberto pelo povo do Velho Mundo –, já dava sinais de que não era tão tranquilo assim. Afinal, a história da humanidade registra cerca de mil incidentes na área.

Colombo foi o primeiro a descobrir – descobrir era com Colombo mesmo, ora! – as esquisitices do lugar. Mas a região só começou a ficar famosa lá pelos anos 1950 após os constantes relatos de desaparecimentos de embarcações na área que passou a ser temida por navegadores. Tipo assim: em 5 de dezembro de 1945, cinco torpedeiros da Marinha dos Estados Unidos sumiram sem deixar vestígios; e duas aeronaves, que faziam as linhas aéreas comerciais Star Tiger e Star Ariel também escafederam-se em 30 de janeiro de 1948 e 17 de janeiro de 1949, respectivamente. No total, nesses dois incidentes, cerca de 140 pessoas foram riscadas do mapa, na região do Triângulo das Bermudas, termo popularizado, em 1965, pelo escritor Vincent H. Gaddis. Assim: pá, pum!

Com o sumiço dos aviões, enganava-se, ainda, quem pensava que somente botes, barcos e navios afundavam na região, cuja área varia de 1 milhão de km² até 4 milhões de km², dependendo de fatores físicos, climáticos, químicos, geográficos e geofísicos. Tais fatores influem no cálculo da área, localizada no Oceano Atlântico numa linha imaginária, passando pela Flórida (Estados Unidos), Porto Rico (Cuba, também) e, claro, as ilhas caribenhas de Bermudas. Daí, o nome: Triângulo das Bermudas. Há, pelo menos, 20 relatos de aviões que partiram dessa para uma que não se sabe, na era moderna, naquela área.

Nesse balanço, tem desde avião de guerra a avião de carga, passando por avião comercial e até hidroavião. Este último, em tese, com mais chance de permanecer entre os “vivos”.

E as explicações – no caso, as suspeitas – são as mais variadas, das mais críveis as mais estapafúrdias. Passemos a elas:

CORRENTE DO GOLFO, A VILÃ

A teoria mais próxima da realidade é a defendida por militares da Marinha dos Estados Unidos, de que a culpa pelos acidentes e desaparecimentos é da turbulenta e perigosa Corrente do Golfo. Ela tem origem no Golfo do México e passa pelo Estreito da Flórida, indo ao Atlântico Norte, e é capaz, dizem, de fazer sumir qualquer vestígio de acidente. É tipo um rio dentro do oceano, que carrega objetos flutuantes. Desse modo, um pequeno avião avariado que pousar na água pode ser carregado para longe pela corrente. E ninguém nem ficaria sabendo como isso ocorreu, algo que explicaria os “sumiços”.

ANOMALIAS MAGNÉTICAS. WHAT?!

Outra hipótese é a de que as aeronaves teriam afundado após problemas com as anomalias magnéticas sofridas pelas bússolas, a exemplo do que ocorreu com o bom e velho Cristóvão Colombo. Ou seja, a bússola, no Triângulo, apontaria para o norte verdadeiro e não para o norte magnético, o que confundiria os pilotos.

ATLÂNTIDA, O CONTINENTE PERDIDO… AHAM…

Outros teóricos da situação defendem que os incidentes tenham sido causados por uma tecnologia proveniente do continente perdido de Atlântida. Acreditem, mas há, em pleno século 21, quem defenda a tese de que um continente com gente viva exista no fundo do mar. E que esse continente fica exatamente na área do Triângulo das Bermudas. As aeronaves sumiriam, por meio de um portal, e iriam para o tal continente perdido. Aham…

MÃE NATUREZA, SUA MADRASTA!

A força da Mãe Natureza também não pode ser desprezada em todo esse vendaval de teorias. A região é “craque” em receber furacões, ondas gigantes, tsunamis, terremotos, tempestades, raios, ciclones e tudo o mais que pode ser capaz de arrastar qualquer coisa em seu caminho, até os nossos queridos aviões. A questão é que o Mar do Caribe e o Oceano Atlântico são iscas de tempestades. Elas, por sua vez, geram ondas do tamanho do mundo – ok, liberdade poética, gente – e trombas d’água. Sem contar, mas já contando, que o fundo do oceano na citada região é irregular. Às vezes é raso, às vezes, profundo. Culpa das correntes capazes de mudar a topografia e levar perigo aos pilotos.

GÁS METANO… AFF!

Muita gente também acredita – desde essa teoria surgida em 1988 – que o gás metano poderia fazer os aviões caírem, devido à perda de sustentação causada pelo ar menos denso. Explicação técnica nos diz que no altímetro do avião, responsável pela medição de altitude, mede-se a densidade do ar. E como o metano é menos denso, o aparelho indicaria que o avião está subindo, causando confusão ao piloto que, na verdade, estaria descendo. E o pobre coitado não teria essa noção no caso de estar viajando à noite ou entre nuvens pesadas. Outra sujeira provocada pelo gás metano seria a ruína na mistura de combustível e ar, o que poderia fazer o motor da aeronave desligar. E, como se não bastasse, o gás metano criaria bolhas gigantes que engoliriam tudo ao redor. Medo desse gás!

AH, O SER HUMANO NUNCA DECEPCIONA…

Ah, mas tem gente que, ooohhhh!, acredita que os casos de desaparecimento de aeronaves no Triângulo das Bermudas sejam culpa de… bingo!, falha humana. Imperícia no controle da aeronave, coragem em demasia ao enfrentar o tempo ruim, desconhecimento da área, desespero na tentativa de salvar-se. Ora, o ser humano é pródigo em perder o controle e fazer asneiras. E isso desde que o mundo é mundo… Na onda de que “o culpado é o bicho-homem” alguns chegam a afirmar, também, que os sumiços teriam sido atos deliberados de pirataria ou guerra. Registros em livros de bordo falam de ataques aos veículos durante as Guerras Mundiais. Nada provado, porém. Em relação à pirataria, a região é conhecida pelo roubo de veículo para utilização em operações de tráfico de drogas.

ARQUIVO X, A VERDADE ESTÁ LÁ FORA

Por fim, aqueles mais ligados ao sobrenatural acreditam que os desaparecimentos são coisa de outro mundo. Mas que outro mundo, meu Deus?! Já não basta a Terra…? Os casos teriam sido obra de alienígenas, responsáveis pela abdução de aviões, tripulação e passageiros. Ah, de qualquer forma, anote aí, na agenda: as seguradoras não estão nem aí com esse hype todo sobre essa região e não cobram preços maiores para quem decide atravessar o Triângulo das Bermudas. Sumiu, sumiu. Fica a dica.

O INCRÍVEL SUMIÇO DO VOO 19

A história a seguir é típica da antiga série de TV Além da Imaginação. No dia 5 de dezembro de 1945, há 70 anos, cinco aviões de combate da Marinha dos Estados Unidos partiram da base de Fort Lauderdale, na Flórida, para um treino sobre a água. O problema é que eles escolheram logo a região do Triângulo das Bermudas para testar suas habilidades. Havia 14 homens nas aeronaves.

Assim, não demorou muito para eles desaparecerem. Após duas horas de voo, a bússola da aeronave do líder do esquadrão (chamado de “voo 19″) falhou e ele passou a não saber mais aonde estava.

O mesmo aconteceu com os outros aviões. Na sequência, várias mensagens confusas só tornaram o incidente ainda mais dramático, até que o líder do esquadrão mandou a equipe abandonar as aeronaves. O combustível estava acabando…

No desespero, uma hora depois, outro avião da Marinha com 13 homens partiu para salvar os colegas desaparecidos. Acreditem o que aconteceu? Sim, o avião também acabou sumindo. Uma explosão foi ouvida 20 minutos após a decolagem do voo que tentava salvar os militares.

Ou seja, seis aviões sumiram, num piscar de olhos, no Triângulo das Bermudas. Centenas de navios e aeronaves exploraram o Oceano Atlântico, o Golfo do México e até a Flórida atrás dessa turma, mas nada… Nunca mais se viu nada sobre o voo 19 ou o avião de resgate. Evaporaram. Fim.

UM POUCO DE HISTÓRIA PARA FINALIZAR

  • 1945: Super Constellation – avião da Marinha norte-americana desaparece com 42 pessoas a bordo, em 30 de outubro;
  • 1945: Voo 19 ou Missão 19 – esquadrilha com cinco aviões TBF Avenger desaparece em 5 de dezembro;
  • 1945: Martin Mariner – hidroavião enviado na busca do Voo 19, também desaparece em 5 de dezembro, com 13 tripulantes;
  • 1947: C-54 – aeronave do Exército dos Estados Unidos, nunca foi encontrado;
  • 1948: DC-3 – avião comercial desaparece com 32 passageiros, em 28 de dezembro;
  • 1948: Tudor IV Star Tiger – avião desaparece com 31 passageiros;
  • 1949: Tudor IV Star Ariel – aeronave desaparece;
  • 1950: Globemaster – avião comercial dos Estados Unidos desaparece em março;
  • 1952: York – Avião de transporte britânico desaparece em 2 de fevereiro, ao norte do Triângulo das Bermudas, com 33 passageiros fora a tripulação;
  • 1954: Lockheed Constelation – aeronave militar desaparece com 42 passageiros;
  • 1956: Martin P-5M – Hidroavião desaparece em 9 de novembro, com dez tripulantes a bordo. Patrulhava a costa dos Estados Unidos;
  • 1957: Chase YC-122 – Desaparecido em 11 de janeiro. Era um avião cargueiro com quatro passageiros a bordo;
  • 1962: Um avião KB-50 desaparece em 8 de janeiro, sobre o Triângulo das Bermudas. Era um avião tanque das Forças Aéreas dos Estados Unidos;
  • 1963: Dois Stratotankers KC-135 sumiram no dia 28 de agosto. Eram dois aviões, a serviço das forças aéreas norte-americanas, que estavam em missão secreta rumo a uma base no Atlântico, mas nunca chegaram no local. Eles tinham quatro motores, cada, e eram novos;
  • 1965: Flyng Boxcar C-119 – Avião comercial desaparece em 5 de junho. Tinha dez passageiros a bordo;
  • 1969: Um avião Cessna 172 sumiu nas proximidades das Bahamas;
  • 1971: Um avião Phanton 11 F4 reator desapareceu a 85 milhas de Miami;
  • 1974: Os aviões Cherokee Six e Lockheed Lodestar passaram desta para uma melhor entre Gran Caimán e Fort Lauderdale, na Flórida;

Tony Jannus, o pioneiro da aviação comercial

Norte-americano foi o primeiro piloto a fazer esse tipo de voo, em 1º de janeiro de 1914, entre as cidades de Tampa e São Petersburgo, na Flórida, Estados Unidos. Conheça um pouco mais dessa história.

31.03.2015 - FOTO - MATÉRIA BLOG CHECKIN - TONY JANNUS

O piloto Tony Jannus (à direita) inaugurando o primeiro voo comercial

Freddy Charlson

E, de repente, num certo 1º de janeiro de 1914, o piloto Tony Jannus entrou para a história. Bem, pelo menos para a história da aviação, ele entrou. Nesse dia, o piloto de testes da companhia aérea St. Petersburg-Tampa Airboat Line, de propriedade de Percival Fansler, foi convocado para levar o prefeito de São Petersburgo, Abram Phell, até a cidade de Tampa, ambas localizadas na Flórida, o mais caliente estado dos Estados Unidos. Um caminho que só era percorrido por trem, navio a vapor ou pela estrada. Sim, naquele momento, Tony Jannus fez o primeiro voo comercial da história.

Um voo que custou 400 dólares pagos pelo prefeito após vencer um leilão para subir a bordo do hidroavião Benoist XIV, de apenas dois lugares – o que garantiu o sonho de qualquer companhia aérea moderna: 100% de ocupação, evidentemente. O primeiro voo comercial da história demorou 23 minutos para percorrer 26 quilômetros. E transformou o jovem Tony Jannus – batizado como Antony Habersack Jannus e, na época, com meros 25 anos – no primeiro piloto comercial de que se tem ou se teve notícia.

Filho de um advogado e neto de um ex-prefeito de Washington, Tony Jannus era dado a essas coisas de ser pioneiro no ainda incipiente ambiente da aviação – hoje, imaginem só, existem cerca de 250 companhias aéreas registradas na Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) e cerca de 3 bilhões de passageiros são transportados a cada ano, na aviação comercial. Ele foi, por exemplo, o piloto do primeiro salto de paraquedas a partir de um avião. Aconteceu em 1° de março de 1912, quando um capitão do Exército dos Estados Unidos, Albert Berry, pulou do avião pilotado por Tony Jannus.

À época, nosso heroi tinha apenas dois parcos anos de experiência na pilotagem de aeronaves – se bem que, para a época, era muito, convenhamos, afinal, quase ninguém sabia o que era um avião – desde quando, em 1910, ao assistir um show aéreo em Baltimore (EUA), gostou da coisa e iniciou um curso de pilotagem no College Park Airport, em Maryland (EUA). Empolgado, até o irmão de Tony entrou nessa história e fez o curso de pilotagem. Pronto, aprovado no curso, Tony virou piloto de teste do construtor de aeronaves Thomas W. Benoist, já no final de 1911.

31.03.2015 - FOTO - MATÉRIA BLOG CHECKIN - TONY JANNUS - PREFEITO - DONO DA CIAA vida do piloto foi intensa. Em 1913, ele participou de eventos aéreos como uma exposição, uma corrida e uma busca de resgate ao colega Albert Jewell, desaparecido com seu avião em Long Island, quando sofreu um acidente. Calma, amigos, ele ficou bem. Ou seja, Tony jogava nas 11 posições. Hoje, muita gente faz isso, mas a oferta de mão de obra é maior, bem maior: o setor movimenta cerca de 60 milhões de empregos em todo o mundo. Ou seja, não há mesmo comparação com a época dos Irmãos Wright, Santos Dumont ou Tony Jannus.

ACIDENTE FATAL

O pior ocorreria em 1916, quando Tony, já piloto de testes para aeronaves de guerra da Curtiss Aeroplane Company, foi enviado a Moscou (então capital da finada União Soviética) como instrutor para pilotos da aviação russa. Em outubro daquele ano, Tony Jannus, o primeiro piloto da aviação comercial, caiu em pleno Mar Negro. Seu corpo nunca foi encontrado. Ele pilotava um Curtiss H-7 e estava acompanhado de dois cadetes.

31.03.2015 - FOTO - MATÉRIA BLOG CHECKIN - HIDROAVIÃO Benoist 1914

Em 1963, 47 anos depois de sua morte, foi criado o Prêmio Tony Jannus, uma maneira de perpetuar o primeiro comandante da história da aviação comercial. O prêmio reconhece conquistas individuais de destaque na aviação por inventores, fabricantes, executivos de companhias aéreas e governantes. O prêmio é conferido anualmente pela Tony Jannus Distinguished Aviation Society e foi concedido a primeira vez em 1964 em Tampa (Flórida). A sociedade ainda ajuda universitários em estudos sobre aviação e organiza concurso anual de redação para alunos do ensino médio com o objetivo de incentivar carreiras no setor.

Dentre os premiados estão Cyrus Rowlett Smith (fundador da American Airlines), William A. Patterson (presidente da United Airlines em 1934-1966) e até um brasileiro, o engenheiro mecânico carioca Frederico Fleury Curado, diretor-presidente da Embraer desde abril de 2007. Os homenageados são consagrados no St. Petersburg Museum of History’s First Airline Pavilion, que fica a 91 metros do local de decolagem do voo inaugural de 1º de janeiro de 1914, com direito a réplica do Benoist XIV pilotado por Tony Jannus naquele dia. Uma bela homenagem ao piloto, um pioneiro da aviação comercial. E que nem poderia imaginar, claro, que, atualmente, cerca de 8 milhões de passageiros voam a cada dia…

LICENÇA:

Para obter licença de Piloto Comercial, é necessário satisfazer aos seguintes requisitos:

  • ser maior de 18 anos;
  • ter concluído o Ensino Médio;
  • ter realizado curso homologado pela Anac específico para piloto comercial;
  • obter aprovação nas provas de conhecimento teórico;
  • obter aprovação nos exames médicos;
  • possuir 200 horas de voo,

Estrelas no céu

Celebridades do cinema e da música cruzam os ares pilotando os próprios aviões, prova de, às vezes, a realidade imita a ficção. Conheça algumas personalidades que se aventuram pelos céus em suas próprias máquinas.

Freddy Charlson

150306_raw_ford_hansolo_2.ashxHá muito tempo, numa galáxia muito, muito distante, o aventureiro Han Solo singrava o universo, comandando a incrível nave Millenium Falcon, protegendo o guerreiro Luke Skywalker e tentando conquistar o coração da princesa Leia Organa, aquela do penteado esquisito, contra o perverso Império Galáctico. O Han Solo de que se fala era o personagem vivido por Harrison Ford, no cinema, na saga preferida dos nerds, Star Wars (Guerra nas Estrelas).

Nosso herói nunca caiu com a Millenium em SOLO – perdão pelo trocadilho infame –, ao contrário do que ocorreu há alguns dias, quando o ator, que também protagonizou a saga Indiana Jones, sofreu acidente com um monomotor, construído em 1942, na época da Segunda Guerra Mundial (lembrando que ele já lutou contra nazistas em Os Caçadores da Arca Perdida). A queda ocorreu sobre um campo de golfe perto do Aeroporto de Santa Mônica, na Califórnia (Estados Unidos) e lhe custou duas cirurgias: tornozelo e bacia.

Sim, Han-Solo-Indiana-Jones-Harrison-Ford, 72 anos, quase passou dessa para uma melhor. Foi o terceiro acidente aéreo do piloto, que tem licença desde 1990. Há muito tempo, numa galáxia chamada Via Láctea (essa você conhece, eu sei), ele, em 1999, caiu com um helicóptero durante um treinamento de rotina. O astro (sim, neste post só tem estrela) e seu instrutor escaparam com meros arranhões. Em 2000, um pequeno avião pilotado por Han Solo, digo Indiana Jones, digo Harrison Ford, caiu no estado de Nebraska. Mayday, mayday, ele não teve nada. De novo!

Virado pra Lua, nosso heroi divide os céus, nem sempre de brigadeiro, com outras estrelas e astros do cinema. Sim, virou moda em Hollywood: ganhou dinheiro, tirou licença, comprou um aviãozinho, decolou. Tem desde John Travolta, que vira-e-mexe curte os embalos de sábado à noite no ar, até o ás indomável Tom Cruise, passando pelo “casal globeleza” Angelina Jolie/Brad Pitt e, ainda, Bruce Dickinson, o vocalista da banda de heavy metal Iron Maiden. Ah, tem, ainda, Morgan Freeman, o homem que, pelo menos, no cinema, vive salvando o planeta de terroristas, meteoros, bandidos de todo o tipo e etc. Ameaças tão mortais quanto o “asmático” Darth Vader, encarado sem medo por Han Solo na saga Star Wars

Assim, quando você olhar para o céu, imagine que pode ser um astro do cinema ou da música que pode estar ali, lá no alto, pilotando um avião, tipo Angelina in the sky with children. Que tal dar um tchauzinho?

HARISSON FORD

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Nosso Indiana Jones começou a aprender a pilotar em 1960, mas somente se tornou piloto décadas depois. Hoje, ele tem licença para pilotar aviões e helicópteros e possui oito aeronaves, entre eles um Cessna 525, um Aviat A-1B e um De Havilland Canada DHC-2 Beaver. Maquininhas que serão domadas pelo heroi cinematográfico tão logo ele se recupere das cirurgias. Para o alto e avante.

ANGELINA JOLIE E BRAD PITT

bradagelinaBrad Pitt tem licença para aviões e helicópteros, mas quem abala mesmo é Angelina Jolie, mulher das mais influentes do mundo. Pois não é que a embaixadora da ONU, mãe de seis pimpolhos, também pilota os próprios aviões? No caso, um Cessna 208B e o monomotor Cirrus SR-22, o mais rápido de sua categoria. Reza a lenda que Lara Croft, ops, Angelina Jolie, aprendeu os “paranauê” de voar para fazer graça para o filho Maddox, que curte observar aviões no céu. Coisas de mãe.

TOM CRUISE

tom_cruise2-300x300Já o superastro Tom Cruise, quase uma supernova, resolveu aprender a pilotar durante as filmagens do clássico oitentista Top Gun. Milionário, o pequeno grande Tom tem aviões da melhor estirpe. Tipo um Aviat Pitts S-2B, um Beech F90 and (que custa a bagatela de US$ 1,2 milhão) e um Gulfstream IV jet, que vale US$ 28 milhões. Só digo uma coisa: sorry, periferia.

MORGAN FREEMAN

120330freemanEx-mecânico de aeronaves, Morgan Freeman – para quem não liga o nome à pessoa ele fez o líder sul-africano Nelson Mandela no cinema – acabou aprendendo a pilotar e até comprou um Cessna Citation, que usa desde 2002 em seus voos, principalmente para as Ilhas Virgens. Freeman (“homem livre”, em inglês) também comprou um SJ30, da Emivest Aerospace, em Dubai.

JOHN TRAVOLTA

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O garoto da bolha de plástico agora é o garoto da aviação. Tão fissurado no negócio, Travolta até possui uma sala decorada como um aeroporto dos anos 1930 em sua mansão em Miami, construída atrás do Aeroporto Wheeler. O hangar do seu avião, um Gulfstream, é integrado à mansão. Acredite se quiser! E tem mais: um de seus filhos se chama Jet (“jato”, em inglês) se tornou o primeiro piloto privado a comandar um A380. E tem um filho chamado Jett. Ele também se tornou o primeiro piloto privado a guiar um A380. Ah, a última: John Travolta levou a seleção da Austrália para a Copa de 2006 na Alemanha. Juro, definitivamente não é (Pulp) “fiction”.

BRUCE DICKINSON

IRON MAIDEN - the final frontier 2011

O vocalista da banda Iron Maiden, Bruce Dickinson, é quem mais pode tirar onda nessa seara. O cara é piloto comercial de linha aérea e já pertenceu a várias companhias, como a British Airlines. O avião da banda é um Boeing 757 e recebeu a alcunha de “Ed Force One”, trocadilho para “Air Force One” avião oficial do presidente dos EUA. Ed, para quem não sabe, é o morto vivo mascote do Iron Maiden, aquela caveira cabeluda. O cara é tão animal que em 2006, foi pilotando até o Líbano para resgatar 200 cidadãos ingleses que não conseguiam deixar o país. É mole ou quer mais?

Um mundo de gente nos aeroportos

Guarulhos, em São Paulo, é o segundo aeroporto com maior movimento no Hemisfério Sul, mas ainda está longe de alcançar o top ten mundial. Saiba onde estão os dez aeroportos que mais recebem passageiros no mundo.

Freddy Charlson

Vocês conseguem imaginar o mundaréu de gente que passa pelo Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo? Pois é. Já temos o segundo aeroporto mais movimentado do hemisfério Sul, ficando atrás apenas do aeroporto de Sydney, na Austrália. Para ter uma ideia, só no ano passado, Guarulhos recebeu a gigantesca marca de 40 milhões de viajantes. Sabe o que dá isso? É como se todos nuestros hermanos argentinos passassem pelo terminal. É muita gente! Gente que desceu e subiu por meio de 304.559 pousos e decolagens, superando em 7,2% o ano de 2013, quando foram contabilizadas 284.184 operações.

Pior (ou melhor, ainda) foi a movimentação no dia 23 de dezembro do ano passado, quando Guarulhos bateu seu recorde histórico de movimentação, com a circulação de 129.822 passageiros apenas naquele dia. Correria para passar o Natal em outra cidade… E tudo correu bem. Bem também foi o mês de janeiro, obrigado. Nos primeiros 30 dias do ano, Guarulhos registrou seu recorde histórico em movimentação: 3,8 milhões de pessoas viajaram pelo aeroporto. Recordes que provam que os passageiros estão usufruindo as melhorias acontecerem dia após dia no local, que mais parece uma cidade em constante construção, porém moderna, confortável e de primeiro mundo.

Por outro lado, mesmo com marcas tão superlativas, com tanta gente pra lá e pra cá, chegando, saindo, fazendo check-in, passeando pelos terminais e etc, Guarulhos ainda está longe de alcançar os principais aeroportos do mundo em relação à movimentação de passageiros.

Entre os líderes do ranking há aeroportos localizados nos Estados Unidos, China, Inglaterra, Japão, França, Indonésia e Hong Kong, sendo quatro localizados na terra de Barack Obama.

Em comum, esses aeroportos têm uma grande rede de conexões e quantidade de companhias aéreas operando, além de terminais amplos e modernos. Enfim, são hubs, alguns dos principais centros de operações de voos comerciais em todo o mundo. Como para entrar nessa lista, o progresso deve ser contínuo, nossos aeroportos estão caminhando para isso. Enquanto isso, conheça os 10 terminais mais movimentados mundo afora.

1º. Aeroporto Internacional de Atlanta (EUA)

atlantaO Aeroporto Hartsfield-Jackson, localizado em Atlanta (EUA), é o maior do mundo, com movimentação de cerca de 95 milhões de passageiros por ano. É o que tem o maior número de pousos e decolagens, desde 2005, sendo o hub da companhia aérea Delta Airlines, que transporta 60% de todos os passageiros deste aeroporto. O Hartsfield-Jackson tem cinco pistas, sendo que a maior chega aos 3.624 metros de extensão.  Em um dia comum, mais de 250 mil passageiros circulam no local, embarcando e desembarcando de 2.500 voos.

2º. Aeroporto Internacional de Pequim

 Pequim
O segundo aeroporto com maior movimentação é o de Pequim (China), com 80 milhões de passageiros por ano. Em 2008, passou por uma expansão para receber os Jogos Olímpicos e se transformou no maior aeroporto da Ásia. E isso tudo além de ser um dos mais bonitos e modernos do planeta.

3º. Aeroporto de Heathrow

HeathrowEm 3º lugar na lista fica o Aeroporto de Heathrow, em Londres (Inglaterra), com cerca de 70 milhões de passageiros por ano, o que o credencia a ser o mais movimentado da Europa. Apenas em cargas, movimenta 1 milhão de toneladas a cada ano. Os principais destinos de quem parte de Heathrow são Nova York, Emirados Árabes Unidos e Irlanda. Sua estrutura sustenta 76.600 empregos diretos e 116 mil empregos indiretos, contribuindo com 2,7% do valor bruto da receita municipal de Londres.

4º. Aeroporto Internacional O’Hare

OhareO Aeroporto Internacional O’Hare, em Chicago (EUA), é o quarto da lista, com cerca de 67 milhões de passageiros por ano. Foi considerado, durante 1997 e 2007, “O Melhor Aeroporto dos Estados Unidos”. Sua vocação são voos internos, principalmente para Nova York, Los Angeles e San Francisco.

5º. Aeroporto Internacional de Tóquio

Toquio Por ano, o Aeroporto Internacional de Tóquio (Japão) recebe, aproximadamente, 67 milhões de passageiros. Com esse desempenho, o terminal é o quinto maior do mundo em movimentação de passageiros. Opera quase a totalidade dos voos internos do Japão.

6º. Aeroporto Internacional de Los Angeles

Los Angeles Em 6º lugar na lista aparece o Aeroporto Internacional de Los Angeles (EUA), com movimentação de 63 milhões de passageiros anuais, a maioria em voos nacionais. A base aérea da Guarda Costeira dos Estados Unidos fica no aeroporto. É popularmente conhecido como LAX – as letras são pronunciadas separadamente.

7º. Aeroporto Charles de Gaulle

charlesdegaulleO 7º lugar nessa lista vem da França. O Aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, movimenta 60 milhões de passageiros por ano, principalmente para Madrid, Roma e Nova York. Em relação ao transporte de carga, é o quinto mais movimentado do mundo, e o segundo mais movimentado da Europa, atrás do aeroporto de Frankfurt, na Alemanha.

8º. Aeroporto Internacional de Dallas

Dallas
A 8ª posição da lista é ocupada pelo Aeroporto Internacional de Dallas (Fort Worth), nos Estados Unidos. Ele tem movimentação de cerca de 51 milhões de passageiros por ano, em voos nacionais e internacionais de grande distância, para destinos como Cancun, Cidade do México, Londres e Tóquio. O primeiro voo do Concorde ao chegar no país ocorreu no Aeroporto de Dallas em 1973, como parte de sua festa de inauguração. Dallas possui sete pistas. Suas dimensões ocupam área pertencente a quatro cidades: Irving, Euless, Grapevine e Coppell.

9º. Soekarno Hatta International Airport, Indonésia

Indonesia Principal aeroporto da Indonésia, o Aeroporto Internacional Soekarno-Hatta, na cidade de Jacarta, capital do país e sede de uma das mais importantes bolsas de valores mundiais. Em 2012, passaram pelo aeroporto 57.772.762 passageiros e 342.473 toneladas métricas de carga, em pousos e decolagens que contabilizaram 369.740 movimentações de aeronaves, uma grande marca para um aeroporto do sudeste asiático.

10º. Aeroporto de Frankfurt

FrankfurtO Aeroporto de Frankfurt (Alemanha) tem uma média de 56 milhões de passageiros por ano e está em 9º lugar nesta seleta lista. A maioria de seus voos é para destinos no exterior: são mais de 270 cidades em 111 países. É o aeroporto europeu com maior movimento de carga (e o segundo no mundo), com volume anual de 2,17 milhões de toneladas.

Referências:

www.aviacaocivil.gov.br

www.canalpiloto.com.br

http://www.worldairportawards.com

Ninguém resiste a uma lista!