Região localizada no Caribe é famosa mundialmente por ser palco de desaparecimentos, também, de aviões, e ainda hoje espanta pilotos e passageiros; sim, não é só barco que some ali…
Indústria do cinema já aproveitou o tema algumas vezes
Freddy Charlson
E tudo começou com Cristóvão Colombo…
Sim, lá nos idos de outubro de 1492, quando o navegador português (opa! Há controvérsias) aproximava-se da América, eis que ele, de repente, percebeu que sua bússola fazia umas leituras estranhas e coisa e tal, levando a frota a quase errar o caminho. Sim, Colombo ainda não sabia, mas navegava no Triângulo das Bermudas, também conhecido como Triângulo do Diabo… um local que, naquele momento – quando nem o próprio continente em que ele se encontra havia sido descoberto pelo povo do Velho Mundo –, já dava sinais de que não era tão tranquilo assim. Afinal, a história da humanidade registra cerca de mil incidentes na área.
Colombo foi o primeiro a descobrir – descobrir era com Colombo mesmo, ora! – as esquisitices do lugar. Mas a região só começou a ficar famosa lá pelos anos 1950 após os constantes relatos de desaparecimentos de embarcações na área que passou a ser temida por navegadores. Tipo assim: em 5 de dezembro de 1945, cinco torpedeiros da Marinha dos Estados Unidos sumiram sem deixar vestígios; e duas aeronaves, que faziam as linhas aéreas comerciais Star Tiger e Star Ariel também escafederam-se em 30 de janeiro de 1948 e 17 de janeiro de 1949, respectivamente. No total, nesses dois incidentes, cerca de 140 pessoas foram riscadas do mapa, na região do Triângulo das Bermudas, termo popularizado, em 1965, pelo escritor Vincent H. Gaddis. Assim: pá, pum!
Com o sumiço dos aviões, enganava-se, ainda, quem pensava que somente botes, barcos e navios afundavam na região, cuja área varia de 1 milhão de km² até 4 milhões de km², dependendo de fatores físicos, climáticos, químicos, geográficos e geofísicos. Tais fatores influem no cálculo da área, localizada no Oceano Atlântico numa linha imaginária, passando pela Flórida (Estados Unidos), Porto Rico (Cuba, também) e, claro, as ilhas caribenhas de Bermudas. Daí, o nome: Triângulo das Bermudas. Há, pelo menos, 20 relatos de aviões que partiram dessa para uma que não se sabe, na era moderna, naquela área.
Nesse balanço, tem desde avião de guerra a avião de carga, passando por avião comercial e até hidroavião. Este último, em tese, com mais chance de permanecer entre os “vivos”.
E as explicações – no caso, as suspeitas – são as mais variadas, das mais críveis as mais estapafúrdias. Passemos a elas:
CORRENTE DO GOLFO, A VILÃ
A teoria mais próxima da realidade é a defendida por militares da Marinha dos Estados Unidos, de que a culpa pelos acidentes e desaparecimentos é da turbulenta e perigosa Corrente do Golfo. Ela tem origem no Golfo do México e passa pelo Estreito da Flórida, indo ao Atlântico Norte, e é capaz, dizem, de fazer sumir qualquer vestígio de acidente. É tipo um rio dentro do oceano, que carrega objetos flutuantes. Desse modo, um pequeno avião avariado que pousar na água pode ser carregado para longe pela corrente. E ninguém nem ficaria sabendo como isso ocorreu, algo que explicaria os “sumiços”.
ANOMALIAS MAGNÉTICAS. WHAT?!
Outra hipótese é a de que as aeronaves teriam afundado após problemas com as anomalias magnéticas sofridas pelas bússolas, a exemplo do que ocorreu com o bom e velho Cristóvão Colombo. Ou seja, a bússola, no Triângulo, apontaria para o norte verdadeiro e não para o norte magnético, o que confundiria os pilotos.
ATLÂNTIDA, O CONTINENTE PERDIDO… AHAM…
Outros teóricos da situação defendem que os incidentes tenham sido causados por uma tecnologia proveniente do continente perdido de Atlântida. Acreditem, mas há, em pleno século 21, quem defenda a tese de que um continente com gente viva exista no fundo do mar. E que esse continente fica exatamente na área do Triângulo das Bermudas. As aeronaves sumiriam, por meio de um portal, e iriam para o tal continente perdido. Aham…
MÃE NATUREZA, SUA MADRASTA!
A força da Mãe Natureza também não pode ser desprezada em todo esse vendaval de teorias. A região é “craque” em receber furacões, ondas gigantes, tsunamis, terremotos, tempestades, raios, ciclones e tudo o mais que pode ser capaz de arrastar qualquer coisa em seu caminho, até os nossos queridos aviões. A questão é que o Mar do Caribe e o Oceano Atlântico são iscas de tempestades. Elas, por sua vez, geram ondas do tamanho do mundo – ok, liberdade poética, gente – e trombas d’água. Sem contar, mas já contando, que o fundo do oceano na citada região é irregular. Às vezes é raso, às vezes, profundo. Culpa das correntes capazes de mudar a topografia e levar perigo aos pilotos.
GÁS METANO… AFF!
Muita gente também acredita – desde essa teoria surgida em 1988 – que o gás metano poderia fazer os aviões caírem, devido à perda de sustentação causada pelo ar menos denso. Explicação técnica nos diz que no altímetro do avião, responsável pela medição de altitude, mede-se a densidade do ar. E como o metano é menos denso, o aparelho indicaria que o avião está subindo, causando confusão ao piloto que, na verdade, estaria descendo. E o pobre coitado não teria essa noção no caso de estar viajando à noite ou entre nuvens pesadas. Outra sujeira provocada pelo gás metano seria a ruína na mistura de combustível e ar, o que poderia fazer o motor da aeronave desligar. E, como se não bastasse, o gás metano criaria bolhas gigantes que engoliriam tudo ao redor. Medo desse gás!
AH, O SER HUMANO NUNCA DECEPCIONA…
Ah, mas tem gente que, ooohhhh!, acredita que os casos de desaparecimento de aeronaves no Triângulo das Bermudas sejam culpa de… bingo!, falha humana. Imperícia no controle da aeronave, coragem em demasia ao enfrentar o tempo ruim, desconhecimento da área, desespero na tentativa de salvar-se. Ora, o ser humano é pródigo em perder o controle e fazer asneiras. E isso desde que o mundo é mundo… Na onda de que “o culpado é o bicho-homem” alguns chegam a afirmar, também, que os sumiços teriam sido atos deliberados de pirataria ou guerra. Registros em livros de bordo falam de ataques aos veículos durante as Guerras Mundiais. Nada provado, porém. Em relação à pirataria, a região é conhecida pelo roubo de veículo para utilização em operações de tráfico de drogas.
ARQUIVO X, A VERDADE ESTÁ LÁ FORA
Por fim, aqueles mais ligados ao sobrenatural acreditam que os desaparecimentos são coisa de outro mundo. Mas que outro mundo, meu Deus?! Já não basta a Terra…? Os casos teriam sido obra de alienígenas, responsáveis pela abdução de aviões, tripulação e passageiros. Ah, de qualquer forma, anote aí, na agenda: as seguradoras não estão nem aí com esse hype todo sobre essa região e não cobram preços maiores para quem decide atravessar o Triângulo das Bermudas. Sumiu, sumiu. Fica a dica.
O INCRÍVEL SUMIÇO DO VOO 19
A história a seguir é típica da antiga série de TV Além da Imaginação. No dia 5 de dezembro de 1945, há 70 anos, cinco aviões de combate da Marinha dos Estados Unidos partiram da base de Fort Lauderdale, na Flórida, para um treino sobre a água. O problema é que eles escolheram logo a região do Triângulo das Bermudas para testar suas habilidades. Havia 14 homens nas aeronaves.
Assim, não demorou muito para eles desaparecerem. Após duas horas de voo, a bússola da aeronave do líder do esquadrão (chamado de “voo 19″) falhou e ele passou a não saber mais aonde estava.
O mesmo aconteceu com os outros aviões. Na sequência, várias mensagens confusas só tornaram o incidente ainda mais dramático, até que o líder do esquadrão mandou a equipe abandonar as aeronaves. O combustível estava acabando…
No desespero, uma hora depois, outro avião da Marinha com 13 homens partiu para salvar os colegas desaparecidos. Acreditem o que aconteceu? Sim, o avião também acabou sumindo. Uma explosão foi ouvida 20 minutos após a decolagem do voo que tentava salvar os militares.
Ou seja, seis aviões sumiram, num piscar de olhos, no Triângulo das Bermudas. Centenas de navios e aeronaves exploraram o Oceano Atlântico, o Golfo do México e até a Flórida atrás dessa turma, mas nada… Nunca mais se viu nada sobre o voo 19 ou o avião de resgate. Evaporaram. Fim.
UM POUCO DE HISTÓRIA PARA FINALIZAR
- 1945: Super Constellation – avião da Marinha norte-americana desaparece com 42 pessoas a bordo, em 30 de outubro;
- 1945: Voo 19 ou Missão 19 – esquadrilha com cinco aviões TBF Avenger desaparece em 5 de dezembro;
- 1945: Martin Mariner – hidroavião enviado na busca do Voo 19, também desaparece em 5 de dezembro, com 13 tripulantes;
- 1947: C-54 – aeronave do Exército dos Estados Unidos, nunca foi encontrado;
- 1948: DC-3 – avião comercial desaparece com 32 passageiros, em 28 de dezembro;
- 1948: Tudor IV Star Tiger – avião desaparece com 31 passageiros;
- 1949: Tudor IV Star Ariel – aeronave desaparece;
- 1950: Globemaster – avião comercial dos Estados Unidos desaparece em março;
- 1952: York – Avião de transporte britânico desaparece em 2 de fevereiro, ao norte do Triângulo das Bermudas, com 33 passageiros fora a tripulação;
- 1954: Lockheed Constelation – aeronave militar desaparece com 42 passageiros;
- 1956: Martin P-5M – Hidroavião desaparece em 9 de novembro, com dez tripulantes a bordo. Patrulhava a costa dos Estados Unidos;
- 1957: Chase YC-122 – Desaparecido em 11 de janeiro. Era um avião cargueiro com quatro passageiros a bordo;
- 1962: Um avião KB-50 desaparece em 8 de janeiro, sobre o Triângulo das Bermudas. Era um avião tanque das Forças Aéreas dos Estados Unidos;
- 1963: Dois Stratotankers KC-135 sumiram no dia 28 de agosto. Eram dois aviões, a serviço das forças aéreas norte-americanas, que estavam em missão secreta rumo a uma base no Atlântico, mas nunca chegaram no local. Eles tinham quatro motores, cada, e eram novos;
- 1965: Flyng Boxcar C-119 – Avião comercial desaparece em 5 de junho. Tinha dez passageiros a bordo;
- 1969: Um avião Cessna 172 sumiu nas proximidades das Bahamas;
- 1971: Um avião Phanton 11 F4 reator desapareceu a 85 milhas de Miami;
- 1974: Os aviões Cherokee Six e Lockheed Lodestar passaram desta para uma melhor entre Gran Caimán e Fort Lauderdale, na Flórida;