Sim, gente, voar é seguro

learn-to-fly-foo-fighters-tutupashFreddy Charlson

Em nossa última postagem, contamos um pouco sobre o medo de avião, algo comum para muitas pessoas, e listamos algumas dicas para aliviar o sofrimento de quem tem que lidar com isso. Pois hoje vamos mostrar que pilotos bem treinados, aviões com boa manutenção e legislação exigente são motivos de tranquilidade para os passageiros.

Direto ao ponto: voar é seguro! Creia! É o segundo meio de transporte mais seguro, só perdendo para o elevador. Sim, isso mesmo: mais seguro do que andar de avião só mesmo se você pegar um elevador. Coloque na cabeça: voar é seguro, seguro, seguro. Para ele cair, é preciso que haja um alinhamento de planetas, ou seja, uma série de ocorrências.

O risco do passageiro sofrer um acidente de avião, por exemplo, é de um em três milhões. É preciso que a pessoa embarque uma vez por dia durante oito mil anos para ocorrer uma tragédia. E só 10% dos acidentes são causados por defeitos na aeronave.

Para atingir esse nível de excelência, a aviação comercial trabalha com o princípio da redundância: dois motores, dois pilotos e vários sistemas. E o cuidado com a segurança começa na compra do bilhete, passa pelo treinamento dos pilotos, comissários de bordo e mecânicos das aeronaves, pelo rigoroso programa de manutenção preventiva e verificações periódicas das aeronaves e vai até o momento do desembarque.

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Foto: Elio Sales/SAC-PR

Aliás, poucas atividades humanas têm legislação e órgãos como as que cuidam do transporte aéreo, como a Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), que busca desenvolver técnicas de navegação aérea e o progresso desse transporte, para melhorar a segurança. Os aviões têm padrões básicos de segurança superiores ao exigido pela legislação. E com direitos a testes de todos os equipamentos. Não importa se mais antigos ou mais modernos, todos passam pelos mesmos procedimentos.

E mesmo quando ocorre um acidente será avaliado o motivo e os meios para evitar os próximos. Além de haver mecanismos de investigação de acidentes, embora o ideal seja preveni-los, claro. Um tipo de atitude que não é comum no transporte terrestre. “O cidadão nunca viu uma curva numa rodovia ser modificada após um acidente. Ele até vê as placas ‘curva perigosa’, ‘curva muito perigosa’, ‘ocorreram tantos acidentes nesta curva’. Mas porque não corrigiram a curva? Nada mais lógico que corrigir o erro naquele ponto e não somente avisar o cidadão”, reflete o brigadeiro Jorge Kersul Filho, ex-chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).

Ele conta que em mais de 93% dos acidentes aeronáuticos há sobreviventes. E que, mesmo quando eles ocorrem, ainda há chances de sobrevivência. “Muitos acidentes podem ser evitados com melhor análise das condições meteorológicas e treinamento mais gabaritado da tripulação. As máquinas atuais são modernas. Para o avião perder o sistema hidráulico é preciso perder o primeiro, segundo e o terceiro sistemas que ajudam no abaixamento e recolhimento do trem de pouso e uso dos flaps, por exemplo. E se o sistema elétrico entrar em pane há uma bateria reserva, que facilita o pouso em lugares escuros”, explica o brigadeiro.

O Comandante Harley Meneses, diretor de segurança operacional da TAM, afirma que a aviação comercial tem todos os meios para garantir a segurança de um voo. “A companhia aérea utiliza a mais alta tecnologia no monitoramento dos componentes das aeronaves, a chamada telemetria. O time é capaz de detectar e solucionar problemas, caso apareçam, a partir da base em São Paulo, em aeronaves da TAM em qualquer parte do mundo”, garante.

E A TURBULÊNCIA, GENTE?!

Ora, toda aeronavebilde é desenhada e construída para suportar um certo nível de turbulência. Além disso, tem sistemas que evitam áreas de turbulência. As aeronaves são obrigadas a informar as áreas de turbulência, mesmo em céu claro. E essa informação é divulgada amplamente. Normalmente, só a turbulência não derrubaria um avião. Há uma sequência de eventos. A turbulência pode levar a uma perda de controle da aeronave, por nervosismo ou falta de experiência dos pilotos.

Vale ressaltar, ainda, que as turbulências são inerentes à aviação, e podem causar desconforto aos passageiros. Por isso é importante que todo passageiro mantenha o cinto de segurança afivelado durante todo o voo mesmo que o aviso de atar cintos não esteja ligado.

Do ponto de vista dos pilotos, eles passam por intensos e recorrentes treinamentos, realizados em simuladores e em sala de aula que os preparam para agir de forma rápida em situações de turbulência e, acima de tudo, saber identificar possíveis áreas de turbulência.

E se o tal “alinhamento de planetas”, citado no início deste texto, ocorrer? Bem, muito provavelmente será na decolagem, subida, aproximação ou pouso, momentos em que eventos desse tipo mais acontecem, segundo as estatísticas – 75% dos acidentes ocorrem nessa fase do voo. Movimentos de manobra, altitude de cruzeiro e descida são os, digamos, mais seguros. A verdade é que a decolagem e o pouso forçam fisicamente a aeronave e exigem rapidez e destreza da tripulação.

2 respostas em “Sim, gente, voar é seguro

  1. Justamente pelo que está relatado no último parágrafo, sou contra a liberação do uso de celulares e equipamentos eletrônicos na decolagem, aproximação e pouso.
    Imagine a tripulação (comissários (as)), tentando gerenciar um momento de crise com a grande maioria dos passageiros utilizando seus brinquedos.
    Quem presta atenção nas instruções de após as portas da aeronave serem fechadas?

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